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segunda-feira, 30 de outubro de 2017

O perigo das falsas amizades e como lidar com elas

As falsas amizades são os maiores obstáculos para o crescimento espiritual
Assim como Deus nos dá amigos para nos conduzir à vida eterna e experimentarmos as realidades do céu, corremos o risco de nos deixar confundir pela falsidade, pelo erro das amizades que podem aparecer para nos desencaminhar da santidade e da verdade. Precisamos pedir o discernimento dos espíritos [cf. I Coríntios 12,10], a fim de analisar se as amizades são de Deus ou não.

Foto: AntonioGuillem by Getty Images
Podemos ter amigos que querem nosso bem e outros que querem o mal. Estes últimos são chamados de falsos amigos. As falsas amizades são as que se fundem em qualidades sensíveis ou frívolas: “Não persistais em viver como os pagãos, que andam à mercê de suas ideias frívolas” (cf. Efésios 4,17), que são uma espécie de
egoísmo disfarçado. Essas amizades vivem daquilo que é mundano: “Principalmente aqueles que correm com desejos impuros atrás dos prazeres da carne e desprezam a autoridade” (cf. II Pedro 2, 10).
Três espécies de falsas amizades
São Francisco de Sales distingue três espécies de falsas amizades: as amizades carnais, que atraem pelas paixões carnais e pela devassidão (cf. II Pedro 2, 18) buscando os prazeres voluptuosos; as amizades sensuais, que se prendem ao ver a formosura, ao ouvir uma doce voz, ao tocar; e as amizades frívolas, fundadas em qualidades vãs (festas, bebedeiras etc).
Existem diversos tipos de amigos falsos: os amigos do copo, que se reúnem somente para beber; amigos da prostituição; amigos do furto e roubo; amigos de fofocas; amigos de ganância e interesses; amigos do sexo.
Como podemos identificar a origem dessas falsas amizades?
Partimos da origem: elas começam de maneira repentina e forte, pois parte de uma simpatia, de um instinto, de qualidades exteriores e brilhantes e emoções vivas ou apaixonantes. Seu desenvolvimento: alimentadas por meios de conversas insignificantes, mas afetuosas, outras por meio de conversas muito íntimas e perigosas, por olhares frequentes, por carícias entre outros. Efeitos: são vivas, absorventes e exclusivas, imaginam que serão eternas e seguidas por outras afeições.
Perigos dessas amizades: são os maiores obstáculos para o crescimento espiritual. À medida que os apegos vão crescendo, vai-se perdendo o recolhimento interior, a paz da alma, o gosto dos exercícios espirituais e do trabalho. O pensamento foge, muitas vezes, para o amigo ausente. A sensibilidade toma as rédeas da vontade, a qual se torna fraca. Partindo para os perigos relacionados à pureza.
Devemos fugir dessas amizades por intermédio da aplicação do remédio certo desde o começo, pois assim é mais fácil, porque o coração ainda não está preso. O rompimento deve ser feito de maneira firme e energética. É necessário evitar procurar e pensar na pessoa em questão, e cortar toda espécie de vínculo ou ligação, antes que seja tarde.
“Cortai, despedaçai, rompei; não vos deveis deter a descoser essas loucas amizades, é forçoso rasgá-las; não convém desatai os seus nós, devem-se romper ou cortar” (São Francisco de Sales). Quem se expõe ao perigo acaba por sucumbir.



Padre Reinaldo Cazumbá

Sacerdote membro da Canção Nova, estudante de psicologia, atua no Instituto Teológico Bento XVI e também exerce a função de diretor espiritual dos futuros sacerdotes da comunidade. Autor do livro: “Onde está Deus?”. Acesse: blog.cancaonova.com/padrereinaldo

Fonte: Canção Nova

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