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segunda-feira, 13 de abril de 2015

Deus e a Kriptonita

Tem gente que confunde Deus com o super-homem! Zoeira? Nem um pouco. Tem um terremoto e já se perguntam: “onde estava Deus que não impediu?”

Acontece alguma morte e a famosa frase “foi vontade de Deus…” surge de uma forma incrível. No mínimo escutamos uma dezena de vezes esta frase, que não consola em nada, pelo contrário cria uma nóia quanto a Deus e parece que Ele estava comendo um Mac lanche feliz na esquina e “resolveu” não agir e deixar o cara bater as botas.

Pense bem. Você se relaciona com Deus ou com o super-homem?

Hommer Simpson em um dos episódios do seu seriado, num momento de desespero olha para o céu estrelado e diz: “Eu sei que eu nunca fui um sujeito muito religioso, mas caso você exista, ME AJUDE SUPERMAN!”.

É isso, ele disse o que muita gente pensa e não diz.


Nossas atitudes muitas vezes são assim, como Hommer Simpson criamos um Deus super herói que ao nosso grito de desespero aparece nos pega nos braços e resolve todas as coisas.

Lembra do Chapolin Colorado? É quase a mesma coisa do Homer Simpson.

“Oh, e agora, quem poderá me defender?“, ao que Chapolin entra em cena por meio de algum tipo de materialização repentina respondendo “Eu!“

Assim tratamos muitas vezes Deus, nos achamos indefesos e em perigo e queremos que ele apareça como o Todo poderoso. Mas Deus não é Chapolin Colorado nem super-man.

Quantas vezes pedimos para Deus resolver isso ou aquilo, agir assim ou assado, fazer o que achávamos correto! Estávamos na verdade conversando com o super-homem e não sabíamos. Afinal, surgir e dar uma mãozinha fazendo “o bem” e desaparecer nos céus no mesmo instante, só o super-homem mesmo. Vida fácil, sem compromisso e comprometimento. Resposta rápida e sem envolvimento.

Por isso muita gente rompeu com o todo-poderoso. Se Ele é todo-poderoso, porque não faz a minha vontade e me deixa sozinho pra curtir depois? Porque nunca vimos ninguém convidar o super-homem para comer uma pizza depois de ser salvo por ele? Porque queremos usar os seus serviços e pronto… óbvio.

Pior é quando fazemos de Deus um vidente de quinta categoria?

“Senhor, vou me dar bem nesse emprego? Com quem eu devo fazer sociedade? Qual o numero da mega-sena? Caso ou compro uma bicicleta? É a pessoa certa para mim? Por que Deus não me responde?

Claro, não queremos ficar sem nosso direito de escolha, o famoso livre-arbítrio, mas queremos que Deus nos dê opções aceitáveis, suportáveis, vantajosas, aí a gente escolhe e Ele se encarrega de concretizar tudo. Se não faz, não é Deus coisíssima nenhuma. Talvez em outra religião tenha um Deus melhorzinho, mais “acessível”.

Um Deus feito em casa, um Deus que ao clique em meu controle remoto tudo acontece conforme o meu desejo. Queremos sempre ter o controle das coisas e até de Deus. Como acontece no filme Click, queremos controlar nosso tempo, queremos pular fatos ruins, queremos entrar em uma caixa do nada e ali permanecer. Enfim ditar as regras para Deus.

Literalmente queremos um Deus controle remoto!

Um Deus que só aparece quando precisamos dele e nada mais, afinal de contas sou um filho e mereço sempre do bom e melhor, não quero muitas complicações e quando elas surgirem, por favor, me sirva um Deus resolve tudo, por favor, com gelo e limão! No capricho

Taí a kriptonita de Deus! Como o super-homem é impotente contra a pedra de Kripton, Deus é impotente em corações de pedra! Bate, pede licença, mas só quebra a pedra se deixarmos… Só entra se for convidado. Espera um “pode se sentar” de nossa parte para fazer refeição.

Deus não viola, respeita. Fica na espera, só entra quando é chamado! Esta à porta e quer se relacionar, mas peraí…

Você está com Deus porque acha que ele pode quebrar os seus galhos? Ou está com ele porque ELE é Deus.

Está disposto a construir uma relação com Ele e ser dócil mesmo quando não lhe “convém”? Mesmo quando parece difícil acreditar ou suportar?

Relação é assim: eu falo, mas também escuto, dou minha opinião, mas nem sempre ela é aceita, estou junto, mas nem sempre “me dou bem”… Construir uma relação com Deus leva tempo e trabalho, bem ao contrário de utilizar os super-poderes do super-homem ou dar um grito ao Chapolin Colorado.

E você? Anda conversando com Deus ou com o super-homem?

Ao responder esta pergunta me vem à mente uma religião que vamos criando segundo nossos esquemas. Religião Self-service.

Texto extraído do livro: Nasci pra dar certo – Adriano Gonçalves

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